Mercado De Arte

Panorama Do Mercado De Arte Pós-Pandemia: Tendências E Projeções Futuros

A pandemia da Covid-19 provocou transformações profundas em diversos setores, e o mercado de arte não foi exceção. Com galerias fechadas, leilões cancelados e feiras adiadas, o setor enfrentou incertezas inéditas. No entanto, passados os momentos mais críticos, o mercado de arte pós-pandemia surge com novas dinâmicas, tendências e oportunidades.

O que parecia uma ameaça irreversível à cultura se transformou em um período fértil para inovação. Galerias, artistas e colecionadores adaptaram-se ao ambiente digital, redesenharam suas estratégias e inauguraram uma nova fase para quem deseja comprar arte, inclusive online.

Dessa forma, analisamos os caminhos que o setor tomou, especialmente com foco na arte abstrata e no comportamento do consumidor.

O Impacto Inicial e a Virada Digital no Mercado de Arte

Em 2020, o Art Basel & UBS Global Art Market Report indicou uma queda de 22% no volume de vendas do mercado de arte mundial. Esse cenário parecia indicar um colapso, mas forçou o setor a acelerar um processo que já estava em curso: a digitalização. De acordo com a mesma pesquisa, as vendas online mais que dobraram, atingindo 25% do volume total — um salto histórico.

A virada digital envolveu não apenas a criação de plataformas de e-commerce para comprar arte online, mas também o desenvolvimento de exposições virtuais, leilões digitais e eventos imersivos. Sites como Artsy, Artnet e Saatchi Art se consolidaram como alguns dos melhores lugares para comprar arte, tornando o acesso mais democrático e global.

Além disso, o uso de tecnologias como realidade aumentada e blockchain passou a oferecer experiências mais seguras e interativas. A certificação de autenticidade por meio de tokens digitais (NFTs) também ganhou espaço, especialmente entre artistas contemporâneos.

Tendências Emergentes no Mercado de Arte Pós-Pandemia

O mercado de arte pós-pandemia é marcado por algumas tendências que devem se consolidar nos próximos anos. Uma das mais evidentes é a valorização de artistas locais e de obras com apelo emocional. A arte abstrata, por exemplo, tornou-se ainda mais procurada, tanto por sua força visual quanto por sua capacidade de adaptação em ambientes domésticos, algo muito valorizado no pós-isolamento social.

Mercado De Arte
(Reprodução: Envato)

Estudos da University of Oxford – Cultural Engagement Research apontam que, durante a pandemia, houve um crescimento de 40% na busca por arte voltada à decoração de interiores, especialmente entre compradores que estavam adquirindo obras pela primeira vez.

Isso abriu espaço para novos colecionadores e para um tipo de compra menos institucionalizada, com foco no gosto pessoal e na conexão emocional com a obra.

Outra tendência é o aumento da compra de arte por millennials e geração Z. Mais conectados ao ambiente digital, esses compradores valorizam a praticidade de comprar arte online e tendem a investir em obras com significado pessoal ou representatividade estética, como a arte abstrata e a arte afro-brasileira contemporânea.

Por fim, destaca-se o crescimento das feiras híbridas, que combinam o melhor do físico e do virtual. A SP-Arte, por exemplo, realizou uma edição digital em 2021 que contou com mais de 150 galerias e milhares de visitantes virtuais, provando que o digital não é mais uma alternativa, é uma realidade integrada ao futuro do mercado de arte.

Projeções para o Futuro: Inovação e Descentralização

Especialistas como Magnus Resch, autor do livro How to Become a Successful Artist (2021), afirmam que o mercado de arte tende a se tornar cada vez mais descentralizado, aberto a novos públicos e menos dependente das grandes casas de leilão. Essa descentralização é reforçada pela possibilidade de comprar arte diretamente de artistas via plataformas digitais ou redes sociais.

Outro ponto importante é o fortalecimento da figura do colecionador-investidor. O mercado de arte, especialmente o de obras contemporâneas, começa a ser visto como alternativa de investimento estável, com potencial de valorização no longo prazo. 

Além disso, espera-se uma expansão significativa do uso de inteligência artificial na curadoria e na análise de tendências. Plataformas como Artprice já utilizam algoritmos para prever a valorização de determinados artistas com base em dados de leilões, exposições e vendas anteriores.

Por fim, o mercado de arte pós-pandemia tende a caminhar para uma maior diversidade estética e cultural.

Artistas mulheres, indígenas, LGBTQIAP+ e afrodescendentes vêm ganhando espaço, representando uma mudança no perfil das obras mais valorizadas. Ao mesmo tempo, oferecendo novas possibilidades para quem deseja comprar arte com propósito.

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